Hoje eu venho falar diretamente com você, cantor, dupla ou banda que já ouviu falar ou quer se arriscar nas famosas playlists do YouTube e tem dúvidas sobre como ela funciona ou se vale mesmo a pena comprar uma posição por lá.
É… O assunto já tem sido pauta, inclusive, em grandes veículos segmentados, mas ainda gera muita discussão sobre sua legalidade ou mesmo efetividade para se destacar na indústria fonográfica.
Ele é também sempre pauta aqui nos bastidores da agência, por isso, sem rodeios, serei bem direto, explicando como funciona este mercado, para tirar suas dúvidas, e trazendo reflexões para que você considere se vale realmente a pena investir neste negócio!
O consumo de música e sua evolução
Olha… vale uma reflexão inicial sobre o que é o resultado que você espera ao divulgar sua música ou clipe em uma playlist do youtube.
Em um primeiro momento, pode fazer seus olhos brilharem. Afinal, esta divulgação proporciona aquela sensação que todo artista gosta de ter durante o lançamento de um novo projeto ou clipe, ou seja, estar nos destaques. Principalmente porque elas existem em duas modalidades: em vídeos e no streaming, possibilitando o consumo de sua música nesses dois formatos.
A reflexão que propus é válida – e importante – , pois o modo de consumo da música, nos dias de hoje, mudou bastante. Antes, a gente consumia as músicas ouvindo o lado A e lado B do disco. Depois, veio o “lado” CD, né? Você ouvia de uma ponta a outra o álbum. Então, o DVD!
Hoje, você começa a ouvir a sua playlist do youtube ou em outras plataformas de streaming, com alguns gêneros de música pelo período da manhã, outros no horário do almoço. Na parte da tarde, já são outros ritmos, acompanhando seus hobbies canções diferentes, e esta mudança segue à noite, madrugada, etc.
Enfim, você consegue, dentro dessa sua playlist fazer um mix muito grande de artistas que vão de fato animar o seu dia a dia. Como artista, você precisa entender, então, que a sua música não será exclusiva para aquela audiência.
Em muitos casos, ele é um fã de um gênero específico, mas não seu fã. Se por um lado isso favorece que um novo público tome conhecimento de sua música, por outro, você não garante que ele realmente escutará o seu lançamento, passará a acompanhar o seu trabalho, comprará seu álbum ou um ingresso para o seu show.
Em uma playlist do youtube, você vai dividir a audiência com outros artistas que também fazem parte da mesma lista de músicas. Isso funciona tanto nas listas de reprodução do YouTube como em outras plataformas digitais. Então, cabe entender o funcionamento de cada uma delas.
Tipos de Playlist, Charts e como elas funcionam
Existem as chamadas “playlists de performance”, onde os artistas são incluídos de acordo com o volume de reproduções do conteúdo que está sendo lançado ou divulgado. Ou seja, quanto mais a sua música é ouvida, a mais listas de performance ela é adicionada.
No YouTube, é comum encontrar os Charts, que são as paradas musicais. Ou seja, as TOP músicas e os TOP artistas do momento que entram em uma playlist gerada pelo canal. Ao analisar a lista, você vai perceber que são os que melhor performaram dentro da plataforma. Por isso, a curadoria é automatizada, sendo alterada à medida que os indicadores definidos para aquela lista crescem.
Aliás, você vai ler muito o termo curadoria aqui nesse conteúdo, então, caso você não entenda vou explicar: na área de marketing fazer curadoria é analisar informações, selecionando os melhores conteúdos para compartilhar com um público, ou seja, o curador é o profissional responsável por selecionar as músicas, playlists e informações que serão publicadas.
Falando em indicadores, a gente não pode olhar apenas para as visualizações obtidas. Temos que considerar também a retenção, ou seja, o tempo que as pessoas passam assistindo (ou mesmo só ouvindo) aquele conteúdo. Esta é uma métrica extremamente importante na hora de mensurar os resultados.
Até porque, é este o indicador principal de performance no YouTube: tempo de visualização!
Este é também o mesmo procedimento no Spotify e no Deezer, por exemplo. Os charts TOP 50 e TOP Brazil, também são gerados automaticamente, levando em consideração estes indicadores de performance – a parte de inteligência da ferramenta que mostra os artistas que estão sendo mais executados durante aquele período.
Top 50 Brazil no Spotify
Top Brazil no Deezer
A classificação, porém, pode variar. Algumas são classificadas por períodos mensais, outros semanais e alguns até mesmo diários. São os chamados Rankings.
Saindo do universo da playlist do youtube focadas em performance, existem as playlists de curadoria, que são as mais comuns, ou de maior volume, nas plataformas digitais. Elas são criadas por esses canais, mas de forma segmentada.
Esta segmentação pode ser feita por estilo musical, gênero e momentos em que as pessoas poderão utilizá-las. Playlists de novidades, de música para ouvir na academia, para meditar e uma infinidade de possibilidades e exemplos que as plataformas digitais oferecem para consumo no dia a dia.
Nessas playlists de curadoria também fazem parte o relacionamento com gravadoras e agregadoras, por exemplo. Existem acordos entre as plataformas de streaming e os participantes de outras áreas da indústria fonográfica para que seus artistas possam, eventualmente, fazer parte com seus lançamentos.
É claro que os artistas que têm performado bem tem grandes chances de serem agregados a estas playlists de forma orgânica, pois isso justifica esta intenção de participação nas listas, tornando tudo mais fácil dentro da ferramenta.
Por fim, chegamos naquelas listas de músicas criadas pelos assinantes ou usuários destas plataformas. São pessoas comuns, assim como eu e você, que podem acessar a qualquer momento o canal e criar sua própria playlist do Youtube, Spotify, Deezer, dentre outros.
Geralmente, elas são criadas por gostos individuais do usuário, levando em consideração segmentações como a das listas curadas pelos canais: momentos, estilos, ritmos, eventos, etc. Contudo, algumas se despontaram tanto que acabaram por gerar um novo modelo de negócio, a indústria das playlists com posições pagas.
São aquelas playlists que você, como cantor, dupla ou banda, pagam para ter sua música nelas – e é excluído quando o “contrato” acaba. Sim, simples assim!
Neste modelo de negócio, os donos, que são também curadores, normalmente utilizam as primeiras colocações com músicas de sucesso, que geralmente também estão nas playlists de curadoria e de performance destas plataformas.
Isso gera uma identificação do visitante, que geralmente a encontra por meio de pesquisa na própria plataforma ou por ter tomado conhecimento sobre ela em outro canal – alguma divulgação em blogs, sites, diferentes canais, boca a boca, etc.
A lista começa a gerar certa estranheza após a sexta, sétima ou oitava posição, quando a audiência já está envolvida em outra atividade enquanto ouve a playlist do youtube ou outras plataformas.
Nestas posições, de forma alternada com grandes sucessos para não gerar perda de audiência, não necessariamente são músicas conhecidas como as outras. Aí começam a surgir as músicas que receberam algum investimento para estar por ali, aproveitando os milhares, milhões e até bilhões de acessos dela.
O sertanejo é o estilo que mais tem utilizado este “modelo de negócio”. As mais poderosas playlists no YouTube são as sertanejas, e tem como destaque uma lista que, hoje, ultrapassa 1 bilhão e 600 milhões de visualizações.
E aí, dá resultado investir na indústria das playlist do youtube?
Você deve estar se perguntando: “ E aí, Dhiego. Dá resultado, então?”
É importante, aqui, voltarmos àquela reflexão inicial sobre qual resultado você tem buscado. Se você procura, de repente, uma vitrine, para o crescimento de visualizações, a compra da posição em uma playlist do youtube, pode gerar um resultado rápido. Caro, porém quase imediato.
Aí, basta você entrar em contato com as playlists de sua preferência e fazer as negociações e os pagamentos de acordo com os critérios que eles definem, que geralmente leva em consideração a quantidade de reproduções, a posição e o tempo de duração.
Não é uma estratégia nada barata. Pelo contrário! E acho até bem cara. Mas vai trazer uma sensação imediata de “sucesso” e até de conforto, parecendo que as coisas estão acontecendo realmente. Porém, o que acontece, na verdade, é que sua música está rodando no piloto automático.
A pessoa escolhe aquela playlist para ouvir pelas músicas de destaque, que são geralmente as primeiras. A sua aparece ali, no meio do caminho, passa, e depois ele continua com outras músicas conhecidas, outras desconhecidas, e assim segue.
Se o seu conteúdo for muito bom, pode acabar caindo no gosto. Mas esta não é uma certeza ou a realidade. Na maior parte dos casos, sua música só passa.
É Seguro? Tem regulamentação?
Olha, por não existir uma regulamentação ou forma de acompanhar ou identificar este tipo de publicidade, acaba sendo uma prática bastante normal.
A negociação na playlist do youtube é feita diretamente com o dono dela, então é importante que todos os pontos estejam bem claros: pagou, está dentro. Parou de pagar, saiu. Assim, outros artistas fazem o mesmo e desfrutam desta sensação boa, porém momentânea, de fama.
Quanto custa colocar a sua música numa playlist do youtube
Como eu disse, não é nada barato. Os custos levam em consideração as variáveis que falei antes (posição, duração, audiência, etc.).
Você poderá encontrar aí listas que te exigirão um investimento de 5 a 30 mil reais. Algumas já têm até grandes empresas que gerenciam este tipo de negócio. Outras menores podem te custar 300, 500 reais. Aliás, este mercado tem para todos os bolsos!
Vale refletir também que comprar a sua posição não vai te levar a entrar em um chart/parada. Ali o que conta é mesmo a performance, e para atingir o nível esperado, será necessário MUITO trabalho de divulgação.
Comprar a posição ou investir em outros meios de divulgação?
Eu acredito muito que o investimento que seria direcionado para a compra de posições pode ser redirecionado para outras mídias para que você fomente a sua música e sua carreira. Você pode escolher uma playlist do youtube menor ou mesmo criar as suas próprias playlists, convidando os amigos para participar, comentar e investir na divulgação delas.
Convide pelo WhatsApp, nos grupos de relacionamento e faça com que sua audiência cresça. Porque é esse o “X da questão”. E nesse sentido, esta ação gera um pouco de ilusão. É preciso tomar cuidado, pois a estratégia se assemelha à compra de fãs e seguidores nas redes sociais, que já abordamos aqui no blog neste post.
Você está comprando uma posição que não é a sua. O seu trabalho não está na quinta ou sexta posição por ser a mais ouvida. Então, você paga por uma ilusão temporária de algo que um terceiro construiu e vem mantendo.
Além disso, você alimenta uma indústria que tem movimentado bastante dinheiro, e que isso não vai para o seu bolso. Não interfere no crescimento da sua carreira.
O que é importante ficar claro é que você, artista, até pode comprar uma posição em uma playlist do youtube para a sua música ficar junto a outras músicas que vem tendo realmente sucesso naquele momento. Porém, você não consegue comprar as pessoas, né?
Elas têm a decisão de escolher quem elas vão seguir, os canais e artistas que vão acompanhar e se inscrever, os comentários que vão deixar e os ingressos dos shows que pretendem ir. Então, infelizmente, gente, isso não é um atalho na sua trilha de sucesso.
A prática não é nada saudável ou barata. Pelo contrário. A compra de posição de uma playlist do youtube é uma “carnificina”. Quem paga mais pega uma posição melhor. É um mercado, até então de bastidores, sem qualquer regra. Se algo sair fora do combinado, você pouco poderá fazer!
É uma situação onde o dono da playlist dita suas próprias regras, negociando da forma como quer. Na hora da verdade, é preciso perceber se, de fato, você está investindo para o crescimento de uma audiência ou se é apenas uma sensação ilusória.
Aqui na Agência ICOMP, nós já tivemos experiências com playlist do youtube. Temos construído e desenvolvido os canais no YouTube e em outras plataformas dos artistas com playlists próprias para fomentar a audiência qualificada, para pessoas que de fato se identificam com a música e com o nicho.
Particularmente, eu, Dhiego, espero que você possa desenvolver as suas próprias listas de música, desenrolando o seu conteúdo com sensações reais. Conquistas suas no dia a dia.
Enfim… É um fato que está acontecendo no mercado, mas você precisa pensar se realmente vale a pena comprar uma posição em uma playlist do youtube que você não conquistou. Que ainda não chegou o seu momento! Você sabe que hoje as pessoas estão atentas a tudo e basta uma mentira para colocar em risco toda a sua credibilidade.
Mas me conte aí, o que você acha desse mercado e qual a sua opinião, depois dos pontos de reflexão que apresentei aqui?
Ps: Se você está disposto a trabalhar duro para conquistar um lugar no mercado brasileiro, entre em contato comigo para orçar um projeto de divulgação musical para suas músicas. ?
Abaixo estou disponibilizando um horário na minha agenda para que eu possa orientar você a como fazer isso ?
O papo comigo é Marketing Musical para cantores, duplas e bandas na Agência ICOMP com mais de 15 anos de experiência em estratégias para o lançamento e divulgação de músicas.